domingo, 15 de dezembro de 2013

Vagas abertas

Tão longe...
Tão longe...

Procura-se uma cama posta
uma pia cheia de louça
um jantar bem feito
os travesseiros espalhados sem jeito

tão longe...
tão longe...

Procura-se alguém pra passear com o cachorro
um telefonema no meio de uma tarde qualquer
uma vista a se compartilhar de cima do morro
uma conta para poder se dividir
alguém que venha visitar sempre que der

tão longe...
tão longe...

Procura-se um fazedor de cafuné
um mordedor de orelha
aquela briga corriqueira
o frio na barriga que me deixa de cabelos em pé

tão longe...
tão longe...

Procura-se alguém que cumpra o requisito
que preencha as lacunas já desgastadas
e que não me ache um louco esquisito
enquanto isso, as vagas estão todas abertas

domingo, 6 de outubro de 2013

Como uma onda instável

Fecho os olhos
               e nada acontece
                          o coração acelera
                                           britadeira sem parar...
                                                          pensamentos em velocidade
                                                                             aquela dor no âmago, incessante
                                                                                                    o calor no peito vira um furor 
                                                                                vou colocando os pés no chão
                                                               a cabeça no lugar e fingindo
                                             esquecer o que me tira o sono
                  os seus olhos, lindos olhos, a me fitar                          
     e eis que me pego, novamente, sentindo
              Acelero o tempo...
                           tapo a respiração e sinto
                                         destruo, desmancho, desintegro
                                                               aquilo que me faz palpitar
                                                                                    corro para bem longe
                                                                                                     arremesso a bola até sumir
                                                                                     mas ainda sim espero
                                                                  talvez bem lá no fundo...
                                               bem no fundo guardo
                           escondo e me nego
        a desembrulhar, redescobrir
mais uma vez aquele furor
        Corre, some, chute e desmancha
                                     e pare de me fitar! 
                                           não! não sorria, não coce a cabeça
                                                                            não acaricie minha mão
                                                                                   não, por favor... não me abrace
                                                                                                    não respire... não me acalente
                                                                                                   e não, por favor, não me deixe           sentir.                 

A questão social

A questão social da coisa
talvez seja quando pensamos em tudo
naquilo que reflete e nos leva pra forca
as ações devem ser pensadas pra fora do muro

O momento egoísta sem pensar pra fora da caixa
meu espaço interage com o de todos
É como fazer ou não fazer, pensar pra saber se tudo encaixa
e se meu espaço te invade, uma carne para todos os lobos

O olhar do bêbado para a ação sem pensar
O impulso leva a fazer sem nada questionar
e a ação egoísta para alguém será um pesar

Deve-se fazer, ser, estar, sentir, todos como unidade
A ação sem noção, faz agir sem emoção, para alguns apenas sagacidade
A questão social da coisa é o espírito de irmandade, será que tens capacidade?

terça-feira, 30 de julho de 2013

Seguir

Palpitando vou eu assim
Olhar fixo e uma alma no vago
Novamente a cor carmim
E de novo aquele espaço, buraco

Sentimento que estava no fim
Me aproximo cada vez que nado
Sentindo de novo aquilo em mim
Sexto sentido que'andava guardado

Se não pensar ajuda-me a fugir
Que'u cansei da dúvida
Desse sentimento que é um mártir

Sei sim que a tentação me convida
A sempre mais me confundir
Só espero essa tal felicidade trazida




Instabilidade

A linha tênue que segura o equilibrista em cima da corda, no alto do picadeiro
A dúvida entre em que acreditar, em quem votar, em quem escolher
Me transporta para cima de um desfiladeiro,
Alto, inalcançável, forte e que me faz ceder.

Entre ir ou deixar passar, segurança e conforto ou tentativa?
Consequências, rótulos e incertezas. 
Fazem da vida tão altiva!
O momento antes da presa, a dúvida: Tentar ou desistir?
A dúvida do passo seguinte, a falta de coragem para o momento subsequente.
Será que tenta ou vê partir?
A voz na minha cabeça e o burburinho se faz eloquente.

Na dúvida, talvez navalha a pena.
De quem? De quem tenta. De certo é.
Ou talvez seja de quem instável é?
Não sei, talvez saiba, ou simplesmente queira, precise.

Então porque não insiste?
A necessidade carnal, da existência e sobretudo do sentir.
Faz com que esta mesma linha tênue uma vez se desmanche.
E por fim, faz com que caiamos na rede da realidade da escolha, sem medir.

Entre resposta rápida e impensável, existe a chance de sucesso.
Mais vale a consciência da escolha demorada,
do que a felicidade instantânea  do impulso, de certo.
Ou não. Sempre dúvidas, assim se resume da instabilidade para não fazer a escolha errada.
 

domingo, 28 de julho de 2013

Caneca

Queria eu ter uma caneca,
queria eu ser uma caneca,
Meio cheia ou meio vazia?

Quisera eu não ter uma caneca,
quisera eu não estar uma caneca,
meio vazia.

Quem sabe eu tenha uma caneca,
quem sabe você tenha uma caneca,
e talvez eu a complete.

Quanto caneca?
Qual caneca?
Por quê caneca?

Caneca, porque pensei.
Caneca, porque conheço.
Caneca, porque fantasio.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

The love is blind

O amor é cego. É toque, é pele, é sorriso...
é intimidade, felicidade e você comigo.

Os dedos passam pela sua pele;
Então o eriçar dos pelos dele,
o coração a acelerar, quase partir e titubear,
quando meus lábios no seu tocar.

A respiração ofegante, encostando-se,
o abraço acalorado e as mãos a tremer, assustando-me.
Meu peito no seu, nossos corpos a re-experimentar,
Nesse momento quero, finalmente, mergulhar.

Então afasta-se, disfarça-se, não faça!
Nosso olhar se encontra, por segundos fatais.
Mergulhando na lembrança, quero você de novo no meu cais.
Pois se não meu bem, meus olhos voltam a marejar.


sábado, 22 de junho de 2013

Pinguim

Como dois e dois,
patinhos na lagoa.
Como Unha e carne.
Leão e leoa.

Quero encontrar meu pinguim.
Abro mão de um manequim.
Quero alguém que completa, se entrega, moleca.

Quem sabe você está logo ali.
Ou talvez venha até mim.
Sem jeito, trejeito, bem-feito que quero aqui.

Então vem aqui!
Vem ser meu pinguim.
Porque cansei do iceberg que vivi.
Me deixa aconchegar, te abraçar e te esperar.
Vem fazer parte de mim.

Por toda uma vida,
por toda uma eternidade
por todo um amor.
Me dê essa oportunidade!


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Desde que você se foi

Sinto falta de você.
Não tem como expressar em outras palavras,
A inquietação no peito, transforma-se em dor física...
Lembrar do tempo em que éramos unha e carne, carne e pele, um só sentimento...
A irmandade gratuita, o amor incondicional... parece que não foram suficientes

Como diz-se por aí, na vida tudo passa, e talvez o sentimento não seja mais para você.
Talvez tenha passado e eu ainda me apego ao passado, ou talvez ainda tenha apenas distanciado.
Espero que seja isso, que seja passageiro...
Apenas transcrevo, porque isso me ajuda a desafogar, desembriagar e contar com a sorte
Sorte de você talvez se lembrar.

E isso, menina, está sufocando-me e no egoísmo espero que também esteja para você.
Sinto saudade das tardes bem vindas, da cumplicidade, do cotidiano e da verdade.
De te ter de volta, de poder compartilhar segredos, coisas somente nossas.

Me preocupo, sinto e sofro, por você e por mim...
Sofro de saudade, de solidão e principalmente pela amizade.
Espero que esteja feliz e que consiga buscá-la, porque o amor de verdade deixa ir...
Porque apenas nós sabemos o que é importante para nós mesmos.
Então vá...


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Só pra você saber.

As pessoas não entendem, esse olhar intenso, sorriso maroto de menino garoto.
Os cabelos escassos, que se mantêm na cor original, comprovando a vivacidade de um alguém sem sofrimentos desnecessários...
Que aproveita a vida, deixa-se levar. Vive a vida bem vinda e que saboreia os momentos.
A percepção do mundo, do meio que o cerca... sendo aquele que sente a brisa fresca a tocar a pele.
Este homem que se faz perceber, no alto da sua meia idade, com a experiência de toda uma vida. As rugas que comprovam uma intensa, mas vivida vida.
O que faz para continuar a saborear os detalhes?
Sente. Apenas sente o instante, o som, o cheiro e as sutilezas... sem desvanecer a vontade de viver, de ser, sentir e existir.
Com suas particularidades (ou excentricidade) faz-se notar, com sua visão plana, entendida e bem resolvida. Conquista o coração daqueles que tem a dádiva de experimentar a excentricidade de alguém que enxerga nas entre linhas.
Ele se deixa levar, aproveita as oportunidades de viver. Sente, principalmente aquele cheiro adocicado, de eriçar os pelos. De ferormônio da mais belas das criações, cheiro do existir, de ser uno com a imensidão finita.
Pode parecer poético, mas é terreno. É a sensação da existência em sua parcela menor, celular.
A particularidade que o difere está justamente no momento a viver, no ensinamento que propaga através da simples conversa, sem endeusamento soberbo, o é.
Aquele que aprecia a forma, a beleza e o cheiro...
Ah! Os cheiros! Mais doces e que encantam. Presente do acompanhar crescer seu verdadeiro amor, do propiciar momentos e do simples balançar de cabelos que passar por ele na rua.
Assim ele vai seguindo, segundo à sua maneira. Sentida, vivida e acima de tudo, sua.





segunda-feira, 1 de abril de 2013

Banalizando

Obtusas, minhas ações estão. Na busca  incansável pelo reconforto da alma, do coração e do sentir. Transformo as ações em momentos finitos e incessantes na frequência que acontecem. Momentos que chegam, acalentam e vão. E no segundo seguinte se desfazem, assim continuo seguindo.
Até quando vão os atos impensados, incessantes, intermináveis e que sempre me interrogo?
Pensando nos motivos, apenas sei que seu afeto me afetou é fato.
Mas minhas atitudes continuam a banalizar, extravasar e escandalizar.
Na incerteza de conseguir aquilo que sentimos, continuo a vagar...
Talvez esteja eu fazendo do ato impensado, banalizado; um fracasso.
E esse fracasso me subiu à cabeça, ou eu que não transformo a ação banal em atitude de conquista?
Ou talvez esteja apenas banalizando para sugar de mim, aquilo que me torna incapaz, inseguro e insuficiente.
Segundo por segundo, é hora de talvez mudar, crescer e me desligar do que incomoda?
O reconforto para o coração, alma e cabeça. Talvez seja hora da banalização deixar de existir. Quem sabe eu consiga assim, me livrar do desconforto e encontrar um porto. Porque é sabido, menino, que meu libido é um bandido que te quero contigo. Que eu deixe passar, o ato banal, as incessantes atitudes massantes, pra te ter aqui comigo, num sentimento bem vindo.
Porque nada a ver ficar assim, sonhando separado.
A mudança, pode vir num sorriso de criança, e fazemos uma festança, porque ainda tenho esperança, de talvez existir uma sentença, que me deixe bobo na lembrança, de ter a recompensa, até mando pra imprensa, essa sua bonança de querer estar aqui, indiferente do que aconteça.

domingo, 31 de março de 2013

Fragmentos poéticos

" - Eu adoro  quando você pisca os olhos ao mesmo tempo!
 - Bobo."

" -Dá a mão.
 - Por que?
- Porque quero olhar pra ela... seus dedos são bonitos."

" - Mô!
 - Oi?
 - Dá um sorrisinho."

"Aquele domingo, de tédio, de sofá... apenas observo enquanto você assiste televisão e fica enroscando um dedo no cabelo."

" - Pá, traz um copo aqui pra sala.
 - Já levo pá."

" - Mor, olha isso aqui!
E se aproxima, a mão pousa delicadamente nos meus ombros, vê a foto e se afasta, e discretamente faz um afago no meu cabelo."

" - E como vocês se chamam?
 - Chu, bem, pá, Mô, feio, fedo, chatão e bê."

Eu sonhei que estava exatamente aqui, olhando pra você. Exatamente aqui. Cê não sabe, mas eu tava exatamente aqui, olhando pra você.

" - Ai! não me morde!
 Língua pra fora e diz com aquele sorriso maroto:  - Te amo
 - Tá bom. Agora vai lá buscar o pão que eu to com fome.
 E dou um selinho e volto pra cozinha."

Sutilezas para levar adiante e fazer admirar.

" - Alô?
 - Oi, sou eu. Você conseguiu jantar?
 - Ainda não. Daqui a pouco saio e como em casa.
 - Não precisa, to comprando agora pra gente então."

Você vai rir, sem perceber. Felicidade é só questão de ser. Quando chover, só deixar molhar. Pra receber o sol, quando voltar.

quinta-feira, 14 de março de 2013

o amor as vezes passa... e as vezes se reconstrói

O amor as vezes passa...
As vezes passa e simplesmente deixa marcas
As vezes erra e nos destrói
As vezes vem e nos completa
E no pior dos erros, ele se reconstrói?

Cultivar o amor, é talvez a maior dificuldade
Passar pelos problemas e superar
Entender, se fazer entender e acima de tudo não ter iniquidade
É querer estar, tentar e talvez encontrar

O amor, aquele verdadeiro...
Sentido na alma e que aquece o coração
É capaz de superar barreiras, descer a ladeira sem freio
apenas com obstáculos, e no passar dos anos como as coisas ficam?

O ser humano erra, se engana e peca
Mas e na imensidão da vida, o que pode ser perfeito?
O amor, este sim o é. É capaz de mesmo no erro se manter como está
Se queres cultivar, devemos compreender, acreditar e testar o defeito!

Acreditar no amor...
Ah, isso sim é lindo! Superar dificuldades e transpor barreiras.
Acreditar no impossível e sentir que por amor, podemos tentar, tentar e sobrepor!
Porque o amor é puro, é lindo e acalenta  a alma!
Porque para escolhermos o amor da nossa vida, é colocar tudo à mesa
Entender o problema e superar sem pudor!
É fazer por onde, tudo pelo amor.
E se no fim, desistir... Tenha certeza que ele não foi um mártir.


http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=oozQ4yV__Vw

domingo, 3 de março de 2013

Descompromissando


Eu devo fazer isso, compromisso, obrigação
Talvez seja resquício da ilusão
Da maneira imposta de ser ou precisar fazer

Querer fazer, estar, destoa do ter
Ter que, é muito pior que querer
Querer simplifica o agir

Desta forma é muito mais bem vinda
Vontade que impulsiona e não finda
Mesmo que estejamos distantes ainda.

Descompromissando fazemos acontecer
Sem moralidade, obrigação e falta de
Vontade, simplicidade e paixão

O imprevisto, causa surpresa magnífica 
Sorriso caloroso, instantâneo e cheio de magia
Aproxima, aconchega e abraça
Faz bem ao coração

Descompromissando assim vou,
Vivendo a intensidade da vida
Deixando mais livre leve solto,
Por que não fazemos assim então?

sábado, 26 de janeiro de 2013

Por que eu não?

Pude sentir e por vezes exagerei
A sensação é renovadora
Os olhos, atentos, percebem cada gesto singular

Aos poucos vou tornando-o parte de mim
A forma como os dedos se enroscam quando fala
Aos meu olhos não se passa

Detalhes pequenos, sorriso maroto, olhos que iluminam 
Me encanta ao te ver, me faz querer abraçar.
Gesto que exemplifica o sentir

Te querer, e como querer
Faz-me parecer bobo, um ingênuo
Sem querer me exaltar, tento tudo

Uma carta, um urso, um bombom
O entendimento e preocupação
Franqueza e confiança, não fazem suficiência

Busco nos detalhes, sentir, te sentir
E me fazer perceber
Para ser, o melhor que puder

Tentando ser diferente do que se tem por aí
Procurando um sincero amor, uma paixão desmedida
Mas sem excessos

Querendo algo duradouro, construído e sentido
Fazendo por mim, por nós e além do que espera
Procurando nas sutilezas agradar, apenas penso...

...Por que eu não?

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Pra começar o ano com o pé direito

Como todo recomeço, há desejos e desapegos
Espero apenas que este novo seja diferente
que continuemos todos contentes, determinados e focados

É tempo de mudança, de se olhar para trás e não desanimar
É espírito novo, com ânsia em se caminhar adiante.
Tempo novo de se experimentar, de se melhorar e buscar crescer

Fazer amizades novas, novos amores e ir seguindo
Deixando para trás tudo que não faz bem e que não nos dá valor

É tempo de boas novas meu irmão!
Que venham novas oportunidades, novos conheceres!
E que as antigas amizades, sinceras e bem vindas
continuem a vingar!

Que a reciprocidade, sinceridade e bem querer sejam presentes
Que tudo continue a agregar, que hajam muitos relacionamentos
Novas experiências, e que possam sempre somar

Que o amor, a bondade, a felicidade e a paz sejam presentes!
Porque o mundo precisa de sentimentos, de entendimentos e respeito
Que o restante, é consequencia!

Feliz ano novo!